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DOM CAMPELO, HOMEM DE DEUS

 DOM CAMPELO, HOMEM DE DEUS 

Falar de Dom Antônio Campelo de Aragão, ou seja, Dom Campelo, como nós o chamávamos, é falar de um homem de Deus. Um homem todo de Deus e todo comprometido em promover o bem da humanidade.

Dom Campelo foi um Bispo que pautou toda a sua vida à luz da Palavra de Deus. Que assumiu como salesiano de Dom Bosco, como Bispo da Santa Igreja de Deus, a postura de Jesus, o Bom Pastor. Seu lema era: Tudo farei pelos eleitos! Tudo sofrer pelas almas que Deus me confiar.

Ele era um homem arrebatado pelo amor de Deus. Como filho espiritual de São João Bosco, no dizer do Pe. Orsini Nuvens Linar, seu confrade, “Dom Campelo foi um salesiano por inteiro”. De Dom Bosco assimilou, testemunhou e transmitiu às suas filhas espirituais o cultivo de três amores:

Amor a Jesus Sacramentado;

Amor a Maria Santíssima, a Medianeira de Todas as Graças e Rainha da Paz (como salesiano de Dom Bosco, com o título de Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos);

Amor ao Papa, representante de Jesus Cristo na Terra e sucessor de São Pedro. Amor que se traduz no respeito, na fidelidade e no compromisso com a missão da Igreja.

Este amor fazia de Dom Campelo um apóstolo das vocações religiosas e sacerdotais, para que se multiplicassem mais e mais os operários e operárias para a Vinha do Senhor, para a causa da Evangelização. Com frequência Dom Campelo trazia presente às suas filhas espirituais o mandato de Cristo: “A messe é grande. Poucos são os operários. Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe”.

Dom Campelo, ao chegar para assumir o pastoreio da Diocese de Petrolina, contemplando a grande extensão geográfica desta Diocese, a carência de sacerdotes e de Religiosas, pois havia sete padres e duas congregações Religiosas na diocese. As Salesianas – dedicadas ao Colégio e as Filhas da Caridade dedicadas ao Hospital Dom Malan. Não obstante essa realidade ele não hesitou em exclamar: “NÃO DEIXAREI NINGUÉM À MARGEM”. E na fidelidade ao seu lema episcopal – “Tudo Farei Pelos Eleitos”, isto é: “tudo sofrer pelas almas que Deus nos confiar”, Dom Campelo tornou-se o “andarilho de Deus” pelas estradas esburacadas e poeirentas deste sertão. Não temeu nem o calor do sol causticante, nem as poeiras das estradas, nem os lamaçais dos tempos chuvosos, mas com o zelo do Bom Pastor, com o ardor missionário, foi ao encontro das ovelhas aonde quer que estivessem. Realizou frequentes visitas pastorais, buscando suprir a falta de sacerdotes. Visitava as paróquias, as capelas, os lugarejos próximos e os mais distantes da sede da Diocese a ele confiada. Foi ao encontro dos pobres das periferias, visitando-os nos barracos, foi ao encontro das famílias camponesas, levando a todos a Palavra de Deus, o Santo Evangelho de N. Senhor Jesus Cristo, dando-lhes a certeza de que não estavam sozinhos, esquecidos, à margem, nem largados à própria sorte. Levava a todos a esperança e a confiança na presença do amor misericordioso e compassivo de Deus, de Jesus Cristo o Bom Pastor, que cuida de suas ovelhas com carinho e compaixão. Despertou-os para a vivência da fé, da esperança e da caridade, virtudes teologais que transpareciam na sua palavra e na sua prática cotidiana.

“Não deixarei ninguém à margem”. Dom Campelo saía...! saia da Sede da Diocese, descentralizando sua ação pastoral para levar alento e conforto às ovelhas a ele confiadas, procurando conhecê-las de perto, saber como viviam, de que viviam, quais as suas necessidades mais gritantes, mais emergentes. A todos levava a Palavra do Evangelho; o Evangelho da Esperança e da Alegria, e o auxílio material através da Caritas Diocesana por ele criada. Dom Campelo ia abrindo caminhos, criando meios que favorecessem a todos em suas necessidades.

Não deixarei ninguém à margem! Preocupou-se com a saúde, com a educação, a alfabetização, com a profissionalização, a formação do homem do campo, com a Catequese e a Evangelização, o correio através do Rádio,   a comunicação, sendo, neste setor, o pioneiro na região. Olhou para o ser humano em todas as suas dimensões. Ele muito bem assumiu o Projeto de Jesus Cristo, o Bom Pastor: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo 10,10).

E, para que a voz do pastor, a evangelização chegasse até às famílias camponesas, para que todos tivessem acesso também à educação, fundou a Rádio Emissora Rural “A VOZ DO SÃO FRANCISCO”, distribuiu 3.000 rádios no interior da diocese e fundando as Escolas Radiofônicas em 3.000 núcleos, colocando em cada núcleo um monitor que o acompanhasse e, em Petrolina, uma equipe de professores qualificados que ministravam as aulas diariamente para esses núcleos formados por famílias camponesas que se reuniam em torno do rádio. Foi a implantação do MEB – Movimento de Educação de Base trazido pelo nosso Bispo Dom Campelo para todo o interior da Diocese de Petrolina. 


Dom Campelo – um homem de Deus. Nos muitos testemunhos que temos escutado e daqueles que temos recebido por escrito, Dom Campelo foi realmente esse homem de Deus, que se deixou moldar pela ação do Espírito de Cristo, pela oração, pela Palavra de Deus, pela meditação, pela contemplação, pela vida profundamente Eucarística, pelo amor ilimitado a Nossa Senhora, a quem chamava: Minha querida Mãe, a Beatíssima Virgem Maria. Amor apaixonado à Trindade Santíssima, à Igreja. Amor que se concretizava na dedicação aos irmãos e no cuidado, na atenção para com os mais pobres. Todo o seu zelo pastoral o fez ser conhecido e admirado por muitos como: 

“O Bispo dos pobres”, “o pai dos pobres” (Albertino, Petrolina, 2013)

Falar de Dom Campelo é falar de Santidade (D. Adalgiza, Vila S. Francisco – 03.2013).

“Bispo bom e santo” (Maria Wilza, Petrolina, 2013).

Coração ardente de amor apostólico, sempre esteve a serviço dos Retiros Espirituais e sempre cuidou da formação espiritual, das consciências cristãs (D. Avelar, Card. B. Vilela, 1984).

Bispo santo, amava a verdade, cheio de caridade para com os pobres (maio de 2013, Alcides, eis porteiro do Palácio no período de D. Campelo).

Vida plasmada segundo o Modelo Jesus Cristo, não hesitava em tudo sofrer em favor daqueles e daquelas que Deus lhe confiara (Mª Antônia Maciel – Cuiabá, 17.12.2013).

Caminheiro das estradas de Cristo, abençoando, ensinando e advertindo, sempre á luz das Bem-Aventuranças, arraigado aos ditames da Igreja e do Papa (Ir. Maria do Carmo P. da Luz, FMA, 1986).

Dom Campelo é um santo. Ele bem merece ser beatificado e canonizado. Se dependesse de uma assinatura minha e se eu pudesse assinar cem vezes para a sua beatificação, eu assinaria (Sr. Raimundo Coelho, Petrolina, 02.11.2014).

Um homem simples no ser, exuberante na fé e determinado no serviço do Reino de Deus (Mons. Milton Porfírio dos Santos, 2004).

Temos recebido muitos testemunhos sobre Dom Campelo, suas virtudes, sinais de santidade em sua vida..., graças alcançadas através de sua intercessão. Ele, Dom Campelo, foi, de fato, um homem todo de Deus, de uma vida inteiramente comprometida com o bem dos irmãos.

A Congregação das Medianeiras da paz solicitou e espera da Igreja a abertura da causa de Beatificação de Dom Campelo. É um processo exigente, sério e de longa caminhada a ser empreendida. Antes de tudo, como Dom Campelo já tem uma ausência de mais de 38 anos da diocese, entre o período em que se tornou emérito e os 26 anos de falecimento, requer da Postulação da Causa todo um trabalho de resgate da sua história, percepção das virtudes por ele vivenciadas, dos sinais de santidade em sua vida. 

Exemplos de sinais de santidade:

A cura da senhora Telma Maria Figueiroa, em 1979, no Hospital Barão de Lucena em Recife...

(Ainda em vida)

A jovem estudante no Pina - Recife, um ano após a morte de DC...

Testemunho da Sra. Aurelinda Rodrigues de Souza, funcionária da Catedral de Petrolina, cura de sua filha Nôra em 1989. 

Ir. Maria Adalva de Sá, em Recife, graça alcançada em 1995 – orientação de DC em sonho... 

D. Ana em Aracaju, 1990 (doc. Perdido...). Objetos perdidos e encontrados após invocar a intercessão de DC, - Ir. Mariana, em Salvador, Eliane Freire, na Escola de Alternância em Petrolina, Mª Helena Tavares, Serva Medianeira (falecida logo depois) – no Extra em Recife...

Há nos arquivos muitos outros testemunhos escritos e também gravados (com filmagem).


Fontes 

Memórias de Dom Antônio Campelo de Aragão – 1º Centenário de Nascimento, Ir. Maria Benícia Coelho e Ir. Joana Peixoto de Oliveira. 1904 -  2004.

Documentário do arquivo do Memorial Dom Campelo – Centro Social Pio XI Petrolina – PE

DOM ANTÔNIO CAMPELO DE ARAGÃO, SDB, FUNDADOR DAS MEDIANEIRAS DA PAZ – Espiritualidade do Instituto segundo as suas Cartas Circulares – Trabalho de Conclusão do Curso de Licenciatura em Teologia da Espiritualidade – Ir. Maria Auxiliadora de Menezes, Universidade Pontifícia Salesiana, Faculdade de Teologia – Instituto de Espiritualidade, Roma, 2001 – 2003, pp. 79 – 109.

                                                                                                  Ir. Maria Auxiliadora de Menezes, MP


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